Como lidar com as birras

Porque é que uma criança faz birras? E porque é que umas parecem fazer mais birras que outras?

Existe uma constelação de fatores que podem condicionar o comportamento de uma criança e que podem estar associados, nomeadamente, à etapa de desenvolvimento na qual se encontra, ao seu temperamento, a uma fase particular pela qual está a passar a família, à atitude dos pais…

A verdade é que as fórmulas mágicas generalistas que tantas vezes se vendem para resolver este tipo de questões comportamentais parecem ser simples, mas não respeitam alguns elementos tão essenciais como a diferença que existe entre as crianças, as características dos pais ou mesmo, uma circunstância particular que esteja a bloquear a relação pais-filhos.

Quando as birras se instalam em casa, controlando o clima doméstico, não hesite em procurar ajuda: pode haver uma pequena conversa que desbloqueie a situação, ou pode ser necessário uma intervenção mais prolongada que devolva aos pais confiança, e aos miúdos outro modo de expressar e gerir emoções.

No entanto, claramente, é importante falar sobre as birras, até pelo carácter ruidoso e, por vezes, esgotante que podem tomar!

 O que pode ajudar saber quando lidamos com uma birra em idades pré-escolares:

Vitamina para pais:

  • Cuide de si: ao reforçar-se, ao cuidar da sua auto-estima, das suas relações pessoais, do equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal está a “vitaminizar-se” para se proteger contra aquelas fases de birra e de afirmação revolucionária do seu filho!
  • Não esquecer que você é o pai/mãe. Mantenha-se calmo e seguro nessa posição. Medo de errar?Só aconselhado em doses que não o impeçam de ser criativo(a) e de aprender com erros!

 

Proteger a relação pais-filhos:

  • Reserve algum tempo diário para brincar com a sua criança (só pode 10 minutos? Então que eles sejam de qualidade). Encontre algo que possa gerar prazer a ambos e deixe-se conduzir pela brincadeira.
  • Muitas vezes os pais sentem que devem castigar as crianças que passam por fases de birra, com ausência de momentos de diversão, no entanto, preservar um tempo de interação positiva é imprescindível para reforçar laços. E não confunda: brincar e dar afeto não “estraga”, assim como não estraga ensinar o seu filho a aprender a lidar com o “não”.

 

O que convém saber sobre as crianças dos 3 aos 5 anos:

  • É mesmo verdade: não há duas crianças iguais! Todos nós nascemos com características pessoais vincadas, ainda que muito possa acontecer e mudar nos primeiros anos.
  • Nesta altura, as crianças estão a aprender a regular emoções: não espere que ele lide com elegância depois de lhe dizer que “agora não é altura de brincar”… No entanto, continue a insistir para que ele aprenda a lidar com essa emoção sem a deixar extravasar.
  • Se calhar não é muito útil fazer das birras um momento para mostrar quem manda ao seu filho, mas sim: para lhe ensinar que há limites para o nosso comportamento e que há outras formas de lidarmos com as nossas emoções (utilize, por exemplo contos como aqueles que são publicados no ESPAÇO DA FAMÍLIA para conversar).

 

Em vez de táticas infalíveis deixamos algumas pistas úteis:

  • Reforçar bom comportamento é mais eficaz que penalizar o mau;
  • Para a criança aprender a conter as suas emoções, tem de sentir que os pais as podem ajudar a fazê-lo. Não se assuste demasiado com as birras do seu filho: elas podem servir como forma de expressar a sua autonomia ou podem revelar apenas um desconforto que os ultrapassa naquele momento. Também é útil tentar ler e compreender estas pequenas diferenças, estando atento ao seu filho.
  • Se utilizar o time out (ou seja, levar a sua criança para um espaço neutro até ela se acalmar): seja consistente.
  • Não vale a pena conversar e chamar à razão a criança no momento em que ela está a “explodir”. Terá de aguardar por um momento mais calmo para conversar sobre estas questões, nomeadamente, de que outras formas ele pode mostrar que está zangado.
  • Jamais se esqueça de elogiar o bom comportamento do seu filho, da sua capacidade de lidar com a frustração nalgum momento, do seu comportamento obediente, ou da sua aptidão para resistir a um impulso.

 

Joana Gomes

(artigo também disponível no blogue ESPAÇO DA FAMÍLIA)

 

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